quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Crente fica doente?

Por Augustus Nicodemus
Fonte: Facebook

Creio em milagres. Creio que Deus cura hoje em resposta às orações de seu povo. Durante meu ministério pastoral, tenho orado por pessoas doentes que ficaram boas. Contudo, apesar de todas as orações, pedidos e súplicas que os crentes fazem a Deus quando ficam doentes, é um fato inegável que muitos continuam doentes e eventualmente, chegam a morrer acometidos de doenças e males terminais.

Uma breve consulta feita à Capelania Hospitalar de grandes hospitais de algumas capitais do nosso país revela que há números elevados de evangélicos hospitalizados por todos os tipos de doença que acometem as pessoas em geral. A proporção de evangélicos nos hospitais acompanha a proporção de evangélicos no país. As doenças não fazem distinção religiosa.

Para muitos evangélicos, os crentes só adoecem e não são curados porque lhes falta fé em Deus. Todavia, apesar do ensino popular que a fé nos cura de todas as enfermidades, os hospitais e clínicas especializadas estão cheias de evangélicos de todas as denominações – tradicionais, pentecostais e neopentecostais –, sofrendo dos mais diversos tipos de males. Será que poderemos dizer que todos eles – sem exceção – estão ali porque pecaram contra Deus, ficaram vulneráveis aos demônios e não têm fé suficiente para conseguir a cura?

É nesse ponto que muitos evangélicos que adoeceram, ou que têm parentes e amigos evangélicos que adoeceram, entram numa crise de fé. Muitos, decepcionados com a sua falta de melhora, ou com a morte de outros crentes fiéis, passam a não crer mais em nada e abandonam as suas igrejas e o próprio Evangelho. Outros permanecem, mas marcados pela dúvida e incerteza. Eu gostaria de mostrar nesse mural, todavia, que mesmo homens de fé podem ficar doentes, conforme a Bíblia e a História nos ensinam.

1. Há diversos exemplos na Bíblia de homens de fé que adoeceram.

Ao lermos a Bíblia como um todo, verificamos que homens de Deus, cheios de fé, ficaram doentes e até morreram dessas enfermidades. Um deles foi o próprio profeta Eliseu. A Bíblia diz que ele padeceu de uma enfermidade que finalmente o levou a morte: “Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer” (2Re 13.14). Outro, foi Timóteo. Paulo recomendou-lhe um remédio caseiro por causa de problemas estomacais e enfermidades freqüentes: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades” (1Tm 5.23).
Ao final do seu ministério, Paulo registra a doença de um amigo que ele mesmo não conseguiu curar: “Erasto ficou em Corinto. Quanto a Trófimo, deixei-o doente em Mileto” (2Tm 4.20).

O próprio Paulo padecia do que chamou de “espinho na carne”. Apesar de suas orações e súplicas, Deus não o atendeu, e o apóstolo continuou a padecer desse mal (2Co 12.7-9). Alguns acham que se tratava da mesma enfermidade da qual Paulo padeceu quanto esteve entre os Gálatas: “a minha enfermidade na carne vos foi uma tentação, contudo, não me revelastes desprezo nem desgosto” (Gl 4.14). Alguns acham que era uma doença nos olhos, pois logo em seguida Paulo diz: “dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os próprios olhos para mos dar” (Gl 4.15). Também podemos mencionar Epafrodito, que ficou gravemente doente quando visitou o apóstolo Paulo: “[Epafrodito] estava angustiado porque ouvistes que adoeceu. Com efeito, adoeceu mortalmente; Deus, porém, se compadeceu dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza” (Fp 2.26-27).

Temos ainda o caso de Jó, que mesmo sendo justo, fiel e temente a Deus, foi afligido durante vários meses por uma enfermidade, que a Bíblia descreve como sendo infligida por Satanás com permissão de Deus: “Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se” (Jó 2.7-8). O grande servo de Deus, Isaque, sofria da vista quando envelheceu, a ponto de não saber distinguir entre Jacó e Esaú: “Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam” (Gn 27.1). Esses e outros exemplos poderiam ser citados para mostrar que homens de Deus, fiéis e santos, foram vitimados por doenças e enfermidades.

2. O mesmo ocorre na História da Igreja.

Nem mesmo cristãos de destaque na história da Igreja escaparam das doenças e dos males. João Calvino era um homem acometido com freqüência de várias enfermidades. Mesmo aqueles que passaram a vida toda defendendo a cura pela fé também sofreram com as doenças. Alguns dos mais famosos acabaram morrendo de doenças e enfermidades. Um deles foi Edward Irving, chamado o pai do movimento carismático. Pregador brilhante, Irving acreditava que Deus estava restaurando na terra os dons apostólicos, inclusive o da cura divina. Ainda jovem, contraiu uma doença fatal (pneumonia). Morreu doente, sozinho, frustrado e decepcionado com Deus.

Um outro caso conhecido é o de Adoniran Gordon, um dos principais líderes do movimento de cura pela fé do século passado. Gordon morreu de bronquite, apesar da sua fé e da fé de seus amigos. A. B. Simpson, outro líder do movimento da cura pela fé, morreu de paralisia e arteriosclerose. Mais recentemente, morreu John Wimber, vitimado por um câncer de garganta. Wimber foi o fundador da igreja Vineyard Fellowship (“A Comunhão da Vinha ou Videira”) e do movimento moderno de “sinais e prodígios”. Ele, à semelhança de Gordon e Simpson, acreditava que pela fé em Cristo, o crente jamais ficaria doente. Líderes do movimento de cura pela fé no Brasil também têm ficado doentes. Não poucos deles usam óculos, para corrigir defeitos na vista e até têm defeito físico nas mãos.

O meu ponto aqui é que cristãos verdadeiros, pessoas de fé, eventualmente adoeceram e morreram de enfermidades, conforme a Bíblia e a História claramente demonstram. O significado disso é múltiplo, desde o conceito de que as doenças nem sempre representam falta de fé até o fato de que Deus se reserva o direito soberano de curar quem ele quiser.

Escrevo estas coisas, não para desanimar alguém de orar pedindo a sua cura - eu mesmo oro assim, quando encontro a doença em mim ou nos outros. Mas para consolar aqueles que oraram e pediram e a cura nunca veio e talvez nunca venha.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A nudez de Noé e seu filho Cam (Gn 9.22)

Extraído da NET Bible.

Alguns traduzem “teve relações sexuais com”, argumentando que Cam cometeu um ato homossexual com seu pai que estava bêbado, por isso ele foi amaldiçoado. Entretanto, a expressão “ver a nudez” usualmente refere-se a observação da nudez de outrem, não um ato sexual (veja Gn 42.9,12 onde “nudez” é usado metaforicamente para suprir a ideia de “fraqueza” ou “vulnerabilidade”; Dt 23.14 onde “nudez” refere-se a excremento; Is 47.3; Ez 16.37; Lm 1.8). O versículo seguinte (v.23) claramente indica uma observação visual, não um ato homossexual, que estava em questão. Em Lv 20.17 a expressão “vir a nudez” (ARA) parece ser um eufemismo para intercurso sexual, visto que o contexto ali, diferentemente de Gn 9.22, claramente indica que naquela passagem o contato sexual está em vista. A expressão “ver a nudez” em si mesma não sugere uma conotação sexual. Alguns relacionam Gn 9.22 a Lv 18.6-11,15-19, onde a expressão “descobrir a nudez [de outrem]” (a forma Piel de גָּלָה, galah) refere eufemisticamente a intercursos sexuais.

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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Os 10 mandamentos para a família, um resumo

Por Adrian Rogers
Resumo feito por Enrico Pasquini do primeiro capítulo do livro "Os 10 mandamentos para a família", Ed. Vida Nova.

 "Amor marital + compromisso absoluto e confiança gera uma doce intimidade que é sublime"
-- R. Kent Hughes

Em Ex 20.14, a Palavra de Deus, sem gaguejar, sem engasgar, sem se desculpar e sem transigir, declara: " Não adulterarás".

As gerações vão e vem mas os mandamentos permanecem firmes. Quando se trata do padrão de Deus de pureza moral, é hora de lembrarmos que as leis de Deus não precisam ser emendadas ou revisadas.

Por isso, quando Deus diz "não adulterarás", precisamos escrever essa lei em nossos corações. Se a Lei de Deus estiver apenas do lado de fora, será uma regra, um regulamento, uma restrição. Mas, se estiver no interior, se a justiça da Lei for cumprida dentro de nós, aí a Lei de Deus nos traz liberdade e livramento.

A Grande Muralha da China foi construída durante muitos anos para manter os inimigos do norte longe. Ela era tão larga que as carruagens de guerra podiam trafegar por cima. Mas a Grande Muralha da China não conseguiu manter os inimigos longe da China. Sabe por que? Tudo que o inimigo precisou fazer foi subornar o porteiro. Apesar daquela enorme muralha, havia um inimigo do lado de dentro que deixou que o inimigo do lado de fora entrasse. Assim acontece conosco. O porteiro do nosso coração está do lado de dentro. Este porteiro precisa ser fiel às muralhas da restrição, as leis da Palavra de Deus. Caso contrário, de nada valerá.

Um mandamento totalmente abrangente


    O sétimo mandamento diz respeito a toda sorte de imoralidade. O que ele diz, em poucas palavras, é que todo envolvimento sexual fora do casamento, seja ele pré-marital ou extramarital, é um pecado grave contra o Deus todo-poderoso.

    O mundo sugere uma "nova moralidade", afrontando e desafiando assim os mandamentos de Deus, conforme a imoralidade de toda sorte sai do armário e vem para os holofotes públicos.

    Mas Deus não Se deixa zombar (Gl 6.7). Ele não cancelou Seus estatutos. O sétimo mandamento é repetido e reforçado em todo o Novo Testamento. "Não adulterarás" (Mt 19.18); "E não pratiquemos a imoralidade" (1 Co 10.8); "Fazei pois morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria" (Cl 3.5); "Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição" (1 Ts 4.13).

    Tantos de nós que temos filhos e netos estamos nos perguntando com quem eles se casarão. Será que haverá uma pessoa sexualmente pura disponível para que se casem? Precisamos ensinar nossos filhos a serem a pessoa correta. Se forem a pessoa certa, terão esperança bem maior de encontrar outra pessoa correta.


A Situação dos casamentos modernos

    Chegamos ao ponto em que é muito mais descomplicado conseguir uma certidão de casamento do que uma carteira de motorista. Pense nisso: tudo que você precisa fazer para se casar é pagar, requerer a certidão, esperar alguns dias, e ter alguém para pronunciar as palavras que declaram você casado. Mas quando o jovem vai tirar sua carteira de motorista, ele precisa estudar um manual extenso e passar no teste.

    Em outras palavras, para obter uma carteira de habilitação, os jovens precisam saber alguma coisa. Imagine só o que poderia ocorrer com os casamentos de hoje se casais de noivos tivessem que estudar um manual sobre casamento, a Palavra de Deus, quando entrassem com o pedido da certidão de casamento, e aí tivessem que passar horas com instrutores, casais mais velhos que pudessem ajudá-los a começar com o pé direito.

    E o que dizer dos "carros" que já trombaram? Precisamos de um coração cheio de amor e bondade, permitindo que essas pessoas machucadas saibam que nossos corações e nossas igrejas estão abertos para eles. A Palavra de Deus tem algo a dizer a eles. Deus lhes ama. Eles precisam saber que Deus é um Deus que perdoa e restaura através de Jesus Cristo, e que não guarda rancores. Eles precisam de alguém que se coloque ao lado deles e lhes ajude a cuidar dos ferimentos.

    As leis do casamento deveriam mudar. Deveria ser mais difícil conseguir o divórcio. O diabo parece ter concentrado toda a artilharia infernal contra nossos lares.

    Precisamos fazer com que os casais mais jovens da igreja gastem tempo com os casais mais experientes. Precisamos também ensinar e incentivar os adolescentes e jovens adultos solteiros a se manter sexualmente puros.

    Podemos quebrar o ciclo de casamentos esfacelados mostrando aos jovens como ter um casamento temente a Deus. Temos a responsabilidade, perante Deus, de ajudar outras pessoas a se preparar para o casamento.

O plano de Deus para o casamento

    Qual é o plano de Deus para o casamento? "Então o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele. Disse então o homem: “Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada”. Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne" (Gn 2.21-24).

    A prioridade do casamento


        Os verbos "deixa" e "se une" em Gn 2.24 nos dizem que o casamento tem a mais alta prioridade. A mais alta prioridade na família não entre pais e filhos ou entre filhos e pais, mas entre os cônjuges. A união permanente do casamento tem precedência sobre a tarefa temporária de criar filhos. Portanto, nós, como pais, precisamos preparar nossos filhos para nos deixar, assim como a águia agita seu ninho quando já é tempo de seu rebento ir embora. Muitos pais não querem ter um ninho vazio. E isso é um erro.

    A permanência do casamento

        Repare como Gn 2.24 ensina a permanência do casamento também. A Bíblia diz que um homem "se une à sua mulher". A palavra hebraica tem a idéia de ajuntar ou colar as duas coisas juntas. Não são os parceiros no casamento que se colam um ao outro. É Deus que faz isto.

        Casamento é permanente. Casamento é "até que a morte nos separe".

        As pessoas dizem: "Nós nos divorciamos porque tivemos problemas". Pois eu tenho novidades para elas: pessoas casadas e divorciadas tem, basicamente, os mesmos tipos de problemas. A diferença não são os problemas. A diferença reside no compromisso de solucioná-los.

        O divórcio é o único jogo em que os dois jogadores saem perdendo.

    O propósito do casamento

        Gn 2.24 também fala do propósito do casamento: "Tornando-se os dois uma só carne". Significa que serão "uma só carne" emocional e espiritualmente. 

        O casamento é o romance em que tanto o herói quando a heroína morrem no primeiro capítulo. Mas não tem problema porque ambos se tornam uma nova pessoa. O casamento é como um violino. Um violino sem o arco não produz música. Um arco sem violino também não produz música. Mas, quando se juntam, produzem a mais linda música. O casamento é assim. Deus pega duas pessoas e as torna uma.

        O mundo não é mais inteligente do que Deus. O casamento é mais do que para a simples propagação da raça. É para amor, consolo e alegria mútuos. Deus o ama e diz: "não adulterarás". Ele não está tentando evitar que você pratique o sexo. Ele está tentando evitar que o sexo domine você. O sexo é um presente magnifico de Deus para ser usufruído dentro do casamento. "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros" (Hb 13.4).

    O plano de Deus para o casamento inclui a prioridade do casamento, a permanência do casamento e o propósito do casamento.


O alerta de Deus quanto ao adultério

    Precisamos alertar nossos filhos acerca do dano e da decepção que surge como consequência da violação do mandamento de Deus. Não há qualquer equívoco quando Deus diz "não adulterarás". Adulterar significa "tornar impuro". Quando você adultera a pureza de ser uma pessoa solteira ou a santidade do casamento, você torna impuro algo que, para Deus, tem alto valor.

    Um pecado contra si

        O adultério é um pecado contra si mesmo. "Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo" (1 Co 6.18). Não há pecado que lhe causará mais dano espiritual, psicológico e físico do que a imoralidade.

        Todos hoje fala do sexo seguro. Mas o sexo não deve ser perigoso. Deve ser sagrado. O adultério é um pecado contra o seu corpo.

    Um pecado contra o lar

        Uma das coisas mais atrozes do adultério é o que ele faz a um lar e aos filhos daquele lar. As vidas de crianças inocentes estão sendo destroçadas pelo pecado de adultério. Mães e pais que cometem adultério estão, na realidade, fazendo uma afirmativa devastadora a seus filhos de quão pouco valor o cônjuge traído possui, e quão insignificante a fidelidade é para quem traiu. Estão também comunicando a seus filhos que a honra e o compromisso não são, nem de longe, mais importantes que o prazer temporário. Um pai adúltero ou uma mãe adúltera está dizendo para seus filhos que o prazer é mais importante para ele ou ela do que os próprios filhos. Isso é algo duro de se ouvir, mas é a pura verdade.

    Um pecado contra a Igreja

        "Porque nenhum de nós [a Igreja] vive para si mesmo, nem morre para si" (Rm 14.7). "Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado" (1 Co 3.16-17).

        Quando um crente vive em imoralidade sexual, ele ou ela peca contra o Corpo de Cristo. Que Deus nos livre disso!

    Um pecado contra a nação

        O grande historiador inglês Edward Gibbon, que escreveu O declínio e a queda do Império Romano, disse que a imoralidade foi a força principal que fez com que o poderoso império ruísse. Os historiadores também nos dão conta de que a imoralidade foi o pecado que destruiu impérios antigos, como os da Grécia, do Egito e da Babilônia.

        Neste momento, as torrentes de ira de Deus estão batendo forte contra a barragem de sua misericórdia. Uma dia a barragem irá ceder às águas do juízo de Deus.

        "Se um homem for achado deitado com uma mulher que tem marido, então, ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher; assim, eliminarás o mal de Israel" (Dt 22.22).

        Deus orientou para que abandonassem as coisas maglinas para que a nação de Israel pudesse sobreviver. O inimigo do lar é o inimigo da sociedade, e as pessoas que tratam o sexo de forma leviana tratarão os outros seres humanos com leviandade também. A imoralidade pode fazer ruir uma sociedade inteira.

    Um pecado contra Deus       

         É o Deus todo-poderoso que diz: "Não adulterarás". Quando Davi cometeu adultério, ele foi sábio o suficiente para orar no Salmo 51.4: "Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante os Teus olhos".

        Em Provérbios 6.32: "O que adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é que pratica tal coisa". Porque o adúltero quer arruinar-se? Porque ele pecou contra Deus. Os Dez Mandamentos não são mero conselho. São leis santas, e a penalidade e as consequências por desobedecê-los são certamente as mais sérias.

        "Nem impuros... nem efeminados, nem sodomitas... herdarão o reino de Deus" (1 Co 6.9-10).

        "Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus" (Ef 5.5).

        "Quanto, porém ... aos impuros... e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Ap 21.8).

        Não importa quanto possamos torná-la atraente ou fascinante, Deus diz que a imoralidade é um pecado contra ele.

        De acordo com Rm 2.5, qualquer um que peca com um coração teimoso e que não se arrepende está "acumulando contra si mesmo a ira de Deus".


Um modelo do mandamento de Deus

    Precisamos ensinar a nossos filhos o padrão de pureza de Deus. Precisamos dar o modelo de pureza sexual perante os nossos filhos.

    Não importa qual seja o seu pecado ou fracasso, Ele perdoará e não guardará rancor - a conversão é o primeiro modelo necessário para os filhos.

    Um segundo aspecto do modelo é a dependência. Permita que seus filhos enxerguem que você não apenas colocou sua confiança em Cristo, mas que você depende dEle diariamente na busca de forças para se manter puro em seu casamento e em seus relacionamentos.

    O terceiro componente no modelo de pureza sexual é a devoção. Derrame seu amor por Cristo e por sua família. O amor de Deus não é uma simples emoção que você liga e desliga. Quando um homem me procura e diz "vou me divorciar da minha esposa porque não a amo mais", esse tal não recebe nem um pouco de simpatia da minha parte. Por que? Porque amor é uma decisão, e não um impulso emocional sobre o qual não se tem controle. Qualquer um pode escolher amar.

    Quando a Bíblia diz: "Maridos, amais vossas mulheres" (Ef 5.25), isto não é uma sugestão. Nós podemos decidir amar.

    Desenvolvimento é o quarto passo no modelo de pureza perante os nossos filhos. Permita que seu amor continue a crescer. O amor precisa ser cultivado e nutrido para crescer.

    Homens, jamais comecem a flertar com outra mulher. E jamais parem de flertar com sua esposa.

    O próximo aspecto de sermos modelo de piedade, de temor a Deus, é a disciplina. Cuidado com quem você anda. Amigos que lhe instigam a pecar não são amigos. Cuidado com o que você coloca diante dos seus olhos. Cuidado com o que você vê. "Aquele que não deseja cair não deve andar por lugares escorregadios". Naquela época eu precisava desta palavra de cautela, e continuo precisando. E você também. A Bíblia diz: "Fugi da impureza" (1 Co 6.18). Tem que haver disciplina em sua vida.

    Por fim, você precisa de determinação para ser o tipo de exemplo necessário. Tome a decisão de que você vai ser fiel a Deus e ao seu cônjuge. Eu não preciso decidir se vou ou não ser fiel à minha esposa cada vez que saio da cidade, ou que ligo a TV, etc. Por que? Eu já tomei minha decisão quanto a isso. Não digo isso para ser arrogante. Estou simplesmente dizendo que meu coração está fixo no Senhor.

    Diga como Josué: "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24.15).

    O plano de Deus, o mandamento de Deus, é a pureza, tanto dentro quanto fora do casamento. Se você fracassou, Deus perdoará se você a Ele se achegar com um coração aberto e arrependido.

    O primeiro milagre que o Senhor efetuou foi num casamento (Jo 2.1-11). A boa nova é que Ele continua fazendo milagres em casamentos hoje! Tome a decisão e assuma a determinação de se manter puro perante Deus, e veja só quanto Ele lhe abençoará.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Pode o Bispo/Presbítero (Líder supervisor) da igreja ser recasado quando sua primeira mulher ainda vive?



Em função de dois acontecimentos recentes procurei “escutar” de alguns comentaristas bíblicos o tema a que este post se refere. O primeiro foi a minha participação num concílio para ordenação de um pastor. O segundo, uma nota de esclarecimento da OPBB-SP sobre pastores divorciados (http://goo.gl/p8f8P).

Coloquei a maioria dos comentários que li.[1] Não queria ser acusado de parcialidade. Também não fiz grandes esforços para agrupá-los em alguma categoria. Fiz somente alguns destaques em negrito para facilitar para o leitor.

Que esta seja uma fonte para o interessado no assunto, que, em suma, refere-se à compreensão do texto paulino: “Marido de uma só mulher” (1Tm 3)

Comentários:

 

John Stott

John Stott, Guard the Truth: The Message of 1 Timothy and Titus (Downers Grove: IL, 1996), pp. 93-94.
 Paulo é considerado por muitos como alguém que exclui do pastorado todos aqueles que já se divorciaram e se recasaram. Esta parece ser a explanação provável. Divórcio e recasamento se constituem numa absoluta proibição para ordenação, embora eles pareçam ter sido permitidos por Jesus à parte inocente quando o cônjuge era culpado de um sério pecado sexual e por Paulo, no caso de um recém convertido que tinha o cônjuge não-convertido que não estava disposto a continuar o casamento? Será que essas concessões não se aplicam ao clero e do clero em perspectiva, então? Se não, isto não erege um duplo padrão? Sim, é verdade, mas não é razoável e justo que um padrão mais elevado seja esperado de pastores que são chamados a ensinar pelo exemplo, bem como por palavras?”

 

The New Testament for English Readers


A visão de que um segundo casamento é proibido para aquele que aspira ao episcopado – é a opção de significado mais provável  (...) também a mais ampla prevalência na igreja primitiva, a ideia que, apesar de um segundo casamento não ser proibido, abstinência dele é melhor do que a condescendência dele.  Isto é provado por várias autoridades citadas em meu teste grego.”

 

Gnomon of the New Testament

http://www.archive.org/stream/gnomonofthenewte04benguoft#page/256/mode/1up

“É a natureza primitiva do casamento: um homem deveria ter uma mulher (...). A opinião (...) parece ter sido originalmente formada do “Cânon dos Apóstolos”, visto que o 17º Cânon diz: todo aquele que depois do batismo entra num segundo casamento ou mantém uma concubina é desqualificado para ser bispo.”

 

Bob Deffinbaugh

Pode ou deve um pastor que, tendo se divorciado de sua esposa, continuar seu papel como pastor, mesmo que o divórcio tenha sido por motivo não bíblico?

"Há muitos pastores divorciados que servem nas igrejas hoje, igrejas evangélicas que creem na Bíblia. Mas o fato de pastores divorciados ainda servirem como pastores não prova a questão biblicamente.

Minha suposição é que os textos bíblicos primários são aqueles que lidam diretamente com o divórcio (Mateus 5:27-32 especialmente; 19:3-12, 1 Coríntios 7:10-16) e os que estabelecem as qualificações para os presbíteros (1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9). Eu acredito que um pastor deve certamente satisfazer as qualificações para um presbítero.
(...)

Em ambos os textos sobre as qualificações do presbítero diz que ele deve ser "marido de uma só mulher" (literalmente, ele deve ser um "um homem / mulher esposa" - 1Timóteo 3:2, Tito 1:6). Assim, se este pastor se casa novamente, ele seria, na opinião de muitos (inclusive na minha), desconsiderado marido de uma mulher. Mas e se ele optar por permanecer solteiro? Várias questões devem ser tratadas. Primeiro, Paulo diz que o presbítero deve "gerenciar bem sua própria família".
 (...)

Paulo também insiste que um presbítero deve ter boa reputação com os de fora da igreja (1Tm 3.7). Em algumas comunidades um pastor divorciado não teria o respeito que é requerido para seu cargo. Esse é um assunto que o pastor e o conselho de administração da igreja terão que decidir.

 

John N. D. Kelly

KELLY, John.N.D. I e II Timóteo e Tito, Introdução e comentário. Série cultura bíblica. Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo-SP, 1991, p.77.

“O catálogo começa com um requisito que a tudo abrange; o superintendente deve ser irrepreensível. Ou seja: não deve apresentar nenhum defeito óbvio de caráter ou de conduta, na sua vida passada ou presente, que os maliciosos, seja dentro, seja fora da igreja, possam explorar para desacreditá-lo. Em especial, sua vida sexual deve ser casado uma só vez. O novo casamento, seja depois do divórcio no caso de um pagão convertido, ou depois do falecimento da sua primeira esposa, é censurado como sendo impróprio num ministro de Cristo. É igualmente proibido aos diáconos (3:12) e aos presbíteros (Tt  1.6), e conta como uma desqualificação nas aspirantes à ordem das viúvas (5.9).”

O autor destas palavras continua seu discurso para dizer que as posições alternativas são improváveis.
Para defender seu ponto, de que o ministro não deve ser recasado de forma alguma, ele continua: “(...) há evidências abundantes, tanto na literatura quanto das inscrições funerárias, pagãs e judaicas, que permanecer solteiro depois da morte da cônjuge ou do divórcio era considerado meritório, ao passo que casar-se de novo era considerado um sinal de auto-indulgência.”

 

Gordon D. Fee.

FEE, Gordon D. 1 & 2 Timóteo, Tito; Novo Comentário Bíblico Contemporâneo. Editora Vida, 1994, pp.91-92.

“O primeiro item da lista, marido de uma só mulher, é uma das frases verdadeiramente difíceis da epístola (cp. 3:12; 5.9, sobre as ‘verdadeiras’ viúvas, e Tito 1:6). Há pelo menos, quatro opções: Primeira, poderia exigir que o supervisor fosse casado. O apoio encontra-se no fato de que os falsos mestres proíbem o casamento, e Paulo insiste no casamento para as viúvas desviadas (5:14; cp. 2:15). Mas contra essa interpretação verifica-se que ela enfatiza o termo é necessário e a palavra mulher, enquanto o texto enfatiza a palavra uma. Talvez Paulo e Timóteo não fossem casados, e tal interpretação estaria em contradição com 1Coríntios 7:25-38. Ademais, havia um pressuposto cultural segundo o qual as pessoas, em sua maioria, deveriam ser casadas.

Segunda, talvez o texto esteja proibindo a poligamia. Isto se acentua de modo correto pela expressão uma só mulher; contudo, a poligamia era característica tão rara na sociedade pagã que tal proibição seria inaplicável. De mais a mais, não pareceria ajustar-se à frase idêntica usada em referência às viúvas em 5:9.

Terceira, poderia estar proibindo um segundo casamento. Tal interpretação conta com o apoio de muitos dados: ajustar-se-ia às viúvas de modo especial. Todos os tipos de evidência louvam as mulheres (a elas de modo especial e às vezes também os homens) que ‘se casaram um única vez’ e permaneceram “fiéis” a esse casamento, depois que seus parceiros morreram. Esta perspectiva proibiria, pois, o segundo casamento após a morte do cônjuge, mas também proibiria, é óbvio – talvez de modo especial – o divórcio e o novo casamento. Alguns eruditos (p.e., Hanson) tratam do texto como se referindo somente a esta última interpretação.

Quarta, talvez o texto esteja exigindo fidelidade marital a uma só mulher (cp. GNB: ‘fiel à sua única esposa’). Neste caso, exige-se do bispo que viva uma vida matrimonial exemplar (o casamento fica implícito), fiel a uma só mulher numa cultura em que a infidelidade marital era comum e, às vezes, implícita. Seria, é natural, um meio de se eliminar a poligamia, o divórcio e novo casamento, mas não eliminaria, necessariamente, o novo casamento de um viúvo (embora esse ainda não fosse o ideal paulino; cp. 1Coríntios 7:8-9; 39-40). Embora ainda haja muito que ser dito a favor de um ou de outros entendimentos da terceira opção, a preocupação de que os líderes da igreja vivam vida matrimonial exemplar parece ajustar-se melhor ao contexto – dada a aparente desvalorização do casamento e da família apregoada pelos falsos mestres (4:3; cp. 3:4-5).”

Um casamento que glorifica a Deus

Por Ivis Fernandes

Existem certas coisas neste mundo que não podem ser vistas, mas que podem ser ilustradas ou demonstradas de alguma forma:
  • Eletricidade : você não pode vê-la, mas experimente colocar o dedo na tomada e perceberá que ela realmente existe;
  • Oxigênio : tente prender a respiração por apenas cinco minutos e verá não só que o oxigênio existe, mas que você precisa dele para viver;
  • Gravidade : jogue uma agulha de cima de um prédio e ela cairá (não tente pular do prédio, pois as consequências podem ser ruins).
 A Palavra de Deus nos mostra que existem certos aspectos da vida cristã que também não podem ser vistos, mas que podem ser demonstrados. E a relação entre Cristo e a Igreja é uma delas!

Efésios 5.22-33:
22 - Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor, 23-pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24-Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos. 25-Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela 26-para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27-e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. 28-Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. 29-Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, 30-pois somos membros do seu corpo. 31-"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne." 32-"Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja." 33-Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.

Deus deseja ilustrar no casamento uma relação única que existe entre Cristo e a Igreja. Nenhum outro tipo de relacionamento representa tão intimamente esta união. Nem mesmo o amor entre mãe e filho é tão íntimo quanto o casamento, pois apenas marido e mulher formam “uma só carne”. Portanto, se os casados querem cumprir seu propósito neste mundo de glorificar a Deus com suas vidas, precisam ter um casamento que reflita a união entre Cristo e a Igreja. Tanto o marido como a esposa têm a sua participação nisso, embora de formas diferentes.

1. As esposas glorificam a Deus refletindo a submissão da Igreja à Cristo (vv. 22-24).

22- Mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, como ao Senhor,

Quando o texto bíblico acrescenta a expressão “como ao Senhor”, está colocando um padrão altíssimo para a mulher. Ela deve ser submissa ao marido da mesma forma em que deve estar debaixo da autoridade do próprio Cristo.

Este tipo de submissão não é devida apenas ao marido. Todas as pessoas devem ser submissas a todas as autoridades, pois a Bíblia afirma que toda autoridade procede de Deus. É Ele quem concede autoridade ao presidente, aos governadores, aos juízes, ao seu patrão, etc. Por isso, aqueles que têm problemas em se submeter a elas, demonstram ter problemas em se submeter à autoridade do próprio Deus.

Por outro lado, a mulher que se submete ao marido demonstra ter um coração submisso ao próprio Cristo, e, neste sentido, sua vida manifesta o tipo de submissão que a Igreja deve ao Senhor. Deus é glorificado por isso, pois Sua autoridade é exaltada por mulheres que voluntariamente se sujeitam ao marido por reconhecerem, por detrás dele, a autoridade que vem do próprio Deus.

Em seguida, Paulo mostra porque a submissão da mulher ao marido é algo tão importante: porque representa a submissão que a própria Igreja deve a Cristo.

23-pois o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, que é o seu corpo, do qual ele é o Salvador. 24-Assim como a igreja está sujeita a Cristo, também as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Ser submissa não significa ser inferior ao homem, ou que a mulher tem menos valor dentro da família, mas sim que, dentro do lar, o marido foi colocado por Deus como sendo a autoridade final. E podemos perceber que submissão não é sinônimo de ser inferior dentro da Trindade. Temos três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. Os três são igualmente Deus, mas, no entanto, existe uma hierarquia de autoridade entre Eles, na qual o Pai está acima. O fato de Jesus estar abaixo nesta hierarquia não significa que Ele é menos Deus, ou menos importante.

Todos os seres humanos são iguais perante a lei. Não existe alguém que tenha mais valor do que outro. No entanto, existe diferença de autoridade entre as pessoas. Um juiz, como pessoa, possui o mesmo valor do que eu, mas por causa de sua função, ele tem autoridade sobre mim, e eu devo me submeter a ele.

Diante disso, podemos chegar às seguintes conclusões práticas:
  1. Depois que o marido tomar uma decisão final (após uma conversa com a esposa), a esposa deve acatar a decisão sem crítica negativa ou rebeldia.
  2. A mulher não deve tentar mandar no marido de forma indireta, através de chantagem emocional (lágrimas) e usando o sexo como arma.
  3. É sábio que o marido tome as decisões junto com a esposa. Porém, em caso de divergência, a decisão final é do marido;
  4. Mulheres, consultem seus maridos antes de tomar uma decisão;
  5. Evite criticar de maneira errada as decisões do marido;
  6. Fale para seu marido aquilo que você espera dele como líder, não espere que ele adivinhe sua vontade;
  7. Não se rebele diante das decisões de seu marido, a menos que tenha um motivo bíblico, que vai contra o caráter de Deus.

2. Os maridos glorificam a Deus refletindo o amor de Cristo pela Igreja (vv. 25-33).

25-Maridos, ame cada um a sua mulher, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela.

O texto bíblico nos mostra que o padrão de Deus para os maridos também é altíssimo. Eles devem amar suas esposas da mesma forma que Jesus amou a Igreja. E o amor de Cristo se manifestou por nós especialmente através de Seu sacrifício na cruz em nosso favor.

A Bíblia nos mostra que o sacrifício de Jesus pela igreja teve um objetivo. Ele foi feito com o propósito de santificá-la, para aperfeiçoá-la.

26-para santificá-la, tendo-a purificado pelo lavar da água mediante a palavra, 27-e para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável. No verso 28, Paulo diz: Assim também os maridos devem amar a sua mulher. Isso significa que, de certa forma, Deus espera que o amor dos maridos se manifeste em sacrifício que produza crescimento e santificação na vida das esposas. Os maridos são, portanto, como pastores de suas esposas.

O sacrifício que Deus espera dos maridos em relação às suas esposas não é de qualquer natureza. Existem maridos que se sacrificam no trabalho para dar boas condições financeiras para a esposa. Existem aqueles que se empenham em satisfazer a esposa emocionalmente, socialmente ou sexualmente. Porém, a Bíblia ordena que os maridos cuidem de suas esposas espiritualmente. O sacrifício, de acordo com o texto, é para produzir santificação.

Maridos, não vale a pena conquistar o mundo (negócios) e perder a sua esposa e família. Dedique tempo à sua esposa. Não precisa ser horas do seu dia, mas planeje-se para sempre ter tempo para ela.

  • Proporcione tempo para que sua esposa busque a Deus;
  • Lidere espiritualmente o seu lar (orações, conversas, culto doméstico, etc);
Veja algumas sugestões práticas:
  1. Tempo de sofá: Pode ser apenas quinze a vinte minutos do seu dia para se sentar com sua esposa e perguntar como foi o dia dela e ouvi-la.
  2. Tempo devocional: o marido também é o líder espiritual da família. Separe um tempo para orar e ler a Bíblia com sua esposa para que vocês possam crescer juntos.
Assim como Cristo ama a Igreja, que é o Seu corpo, nós devemos amar nossa esposa, pois ela é o nosso corpo. A Bíblia diz que quando nos casamos ocorre a união mais profunda entre dois seres humanos: os dois se tornam uma só carne. Também ensina que já não temos mais poder sobre o nosso corpo, pois ele pertence ao nosso cônjuge (1 Coríntios 7.4). Por isso, ao amar sua esposa, na verdade, estará amando a si mesmo:

Ef 5.28-32: Da mesma forma, os maridos devem amar cada um a sua mulher como a seu próprio corpo. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Além do mais, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo. "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne." "Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja."

Ao fazer isso, estamos manifestando o amor que Cristo tem pela Igreja. A relação entre as duas coisas é tão íntima que Paulo começa o verso 31 falando do casamento e no 32 afirma estar se referindo, na verdade, a Cristo e à igreja. E a conclusão, em seguida é:

33-Portanto, cada um de vocês também ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher trate o marido com todo o respeito.

O seu casamento está sendo uma ilustração fiel do relacionamento entre Cristo e a igreja? Para que seja assim, é preciso investir no relacionamento. É preciso conversar, buscar a Deus (separados e juntos), orar, e praticar os princípios bíblicos. 

Que a glória do Deus invisível se torne visível às pessoas por meio do seu casamento!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Evolução Versus Deus: sacudindo os fundamentos da fé



Este vídeo, segundo o site "fatos em foco", está deixando os ateus enfurecidos. Veja o porquê dessa reação. Assista ao vídeo com atenção, seja você crente ou não.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Pré-requisito para Educação Teológica de Acordo com John Owen

Por Charles Bradley

John Owen é, às vezes, citado como “o grande teólogo Britânico de todos os tempos.” Ele viveu na Inglaterra no século dezessete quando o Puritanismo estava no seu auge, morrendo com a idade de sessenta e sete anos em 1683. Ele foi um escritor prolífico e profundo. Tamanha foi sua influência que muitos de seus trabalhos continuam a ser reimpressos hoje em dia.

Alguns podem levar a questão, “Por que considerar os pensamentos de alguém tão distante do cenário contemporâneo na educação teológica, afinal?”.  Há uma razão importante para levar em conta o que Owen tem a dizer seriamente: Existe uma falha crescente e separação entre teólogos e ministros no pastorado. Teologia, na prática, é cada vez mais a província do seminário e da classe de aula é cada vez menos do que o pastor na igreja local. John Owen, em contraste, foi tanto teólogo quanto pastor.  Além disso, ele é típico desses Reformadores ambos no Continente e na Inglaterra que, como Merle d’ Aubigné observou, “… sempre combinavam atividades aprendidas com seus trabalhos práticos: estes trabalhos eram seus objetivos, seus estudos foram seus recursos” [História da Reforma, 2:362]. Grande parte do trágico desperdício e fraqueza na igreja contemporânea pode ser delineada pelo divórcio da teologia e do ministério prático. Parece lógico voltar e examinar o que era essencial na educação teológica nas mentes dos pastores-teólogos da grande Reforma—dos quais Owen é um exemplo notável. Talvez tal exame fornecerá uma correção necessária.

Antes de alguém poder entender os pré-requisitos essenciais para educação teológica de Owen, deve familiarizar-se com a posição de Owen pertinente aos objetivos da educação teológica. Para Owen, a busca por conhecimento era seu principal objetivo e propósito primário, primeiro “viver aceitavelmente diante de Deus” [Biblical Theology 668] e, segundo, “o cultivo da mais santa e doce comunhão com Deus, onde reside a verdadeira felicidade da humanidade” [Biblical Theology 618]. Que ele manteve este propósito como fundamental para o estudo teológico não é necessário dizer. Ele esperava que ministros fossem afetados pela palavra de Deus num nível pessoal antes de seu avanço no ministério público. Apenas, então, ele considerava os homens qualificados para buscar o desenvolvimento de capacidade e habilidade nas áreas práticas de serviço [Works of John Owen 9:455-463].

Uma coisa permanece clara nos escritos de Owen: Nem teologia, nem ministério prático, nem sequer o processo de educação sempre serviram como fins em si mesmos. Seu objetivo sempre foi que a glória de Deus fosse exibida através da vida do ministro-estudante, e que a presença de Deus fosse manifesta em sua vida e ministério. Ambos são derivados da comunhão com Deus a nível pessoal.  É um eufemismo dizer que os paradigmas modernos da educação teológica, com suas ênfases nos processos e resultados, não edificam o ministro-estudante ou aumentam sua própria comunhão com Deus.  Apenas um olhar para o nível de frustração e desapontamento experimentado por ministros para perceber que o objetivo de Owen não é estimado atualmente, e é raramente alcançado.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mulheres no Ministério

Por Mark Driscoll
Extraído do Livro "Sobre a Liderança da Igreja" - Capítulo 03
Editora Tempo de Colheita

Este capítulo deveria incluir um pavio, porque está conectado a um barril de pólvora de discussões teológicas polêmicas. Pessoalmente, tenho descoberto que esse assunto é o mais decisivo no meu ministério. Parece que quase todo fragmento de mídia feito sobre mim, por exemplo, inclui minha posição sobre as mulheres no ministério. Isso acontece porque o assunto de gênero, em geral, e da mulher, em particular, é uma linha divisória que separa vários grupos. Como você se posiciona com relação ao assunto de mulheres no ministério é de muitas formas um reflexo de como você entende as Escrituras, Deus, gênero, casamento e ministério. Num esforço de ser meticuloso, vou me referir a situações dos papéis de homens e mulheres no lar, já que a família é a primeira unidade governante a partir da qual os governos da igreja e do estado são formados.

De Adão a Jesus

Não surpreendentemente, nosso estudo sobre o papel da mulher no ministério deve começar no Gênesis, o livro dos começos, porque lá Deus criou os papéis masculino e feminino através de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Subsequentemente, aqueles aspectos da nossa humanidade que estão enraizados na criação estão ligados a todas as pessoas de todas as culturas e não são meramente expressões da cultura. Este fato é importante para nosso estudo sobre os papéis dos sexos, porque por todo o Novo Testamento, tanto Jesus (Mateus 19.5 e Marcos 10.7-8.) quanto Paulo (Por exemplo, Efésios 5.31, I Timóteo 2.14, e 1 Co 11.7-9. 3 I Pe 3.1-7.) frequentemente se referiam ao registro da criação no Gênesis para esclarecer confusões que tinham sido levantadas nos seus dias com respeito aos papéis dos homens e das mulheres.

Pedro também se refere ao Gênesis para endireitar (ou colocar nos eixos) a confusão que tinha sido levantada sobre os papéis masculinos e femininos no casamento (1Pedro 3.1-7) Nós, da mesma forma, vamos começar nos capítulos iniciais do Gênesis e seguir os seus exemplos de começo onde a Bíblia começa.

Em Gênesis 1.27-28 e 31, descobrimos que Deus criou tudo que existe. Ele nos criou homens e mulheres como a joia suprema de sua criação-não simplesmente com a vontade de sua Palavra, mas também com o trabalho amoroso de suas mãos. Essa simples distinção é vital para nosso entendimento da natureza humana, porque questiona as noções populares sociais e psicológicas de que não existe diferença inata entre homens e mulheres (exceto biológicas) e que as tendências de gênero estão amplamente condicionadas socialmente. Deus intencionalmente nos criou homem e mulher, o que quer dizer que homens e mulheres são de muitas formas bem diferentes-um fato que pais que têm um filho e uma filha observam logo de cara quando sua filha segura sua boneca, enquanto seu irmão tenta arremessar nela seu cachorro-quente.

Ao ouvir que homens e mulheres são diferentes, os ouvidos modernos sintonizados por uma cultura de equalidade (que significa "igual" ou "uniforme") têm a tendência a aceitar que homens e mulheres não são iguais, o que não é verdade. A Bíblia ensina que homens e mulheres foram criados à imagem e semelhança de Deus, o que quer dizer que homens e mulheres são iguais em virtude da criação. Eles não precisam ser idênticos para provar sua igualdade da mesma forma que a mão direita e a esquerda são diferentes, mas igualmente necessárias.

A imagem e semelhança de Deus explica por que os seres humanos têm domínio sobre a criação inferior, emoções bem definidas, criatividade artística, intelecto e um espírito que viverá para sempre. Deus criou homens e mulheres como os portadores de sua imagem sobre a terra. Subsequentemente, uma vez que fomos criados homens e mulheres, fica claro que a imagem e semelhança de Deus são melhor comunicadas por homens e mulheres que trabalham juntos em parceria, assim como a Trindade, na qual Deus, o Pai, Deus, o Filho, e Deus, o Espírito, são igualmente Deus com distinções, submissão e unidade.

Deus fez homens e mulheres com tarefas a cumprir, incluindo ter filhos e criá-los para que sejam frutíferos sobre a terra, dominem sobre a criação e criem uma cultura que honre ao Senhor. Depois de criar o homem e a mulher a sua imagem e semelhança e delegar-lhes suas responsabilidades, Deus disse que tudo isso era "muito bom". Gênesis 2 revisita o registro da criação com detalhes adicionais sobre o início da história da humanidade. Lemos em Gênesis 2.18: "Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea". Lá descobrimos que, embora tudo em Gênesis 1 tivesse sido declarado "bom" ou "muito bom", havia uma coisa que "não era boa" -que Adão estivesse só. Esse simples fato transmite em si uma série de importantes lições.

Primeiro, Adão foi criado em primeiro lugar, como cabeça de toda a criação, e encarregado da responsabilidade principal da criação que Deus lhe havia confiado para administrar. Da mesma forma, no Novo Testamento, somos repetidamente ensinados que homens devem agir como "cabeças" que assumem o controle da responsabilidade sobre seus domínios farmiliares, (Ef 5.23.) da mesma forma que Jesus é nossa Cabeça suprema, que na cruz assumiu o controle da responsabilidade pelo nosso pecado, do qual não era culpado. (Cl1.18; 2.10,19; Ef 1.10, 22; 4.15; 5.23.). No exemplo de Jesus, descobrimos que, quando ele criou os homens para serem cabeças, estava colocando sobre eles a responsabilidade principal de liderança e serviço para assegurar que tudo que Deus havia confiado para sua supervisão (por exemplo: esposas e filhos) fosse amado e protegido. Para cumprir essa grande honra, homens precisam aprender a ser como Jesus e assumir a responsabilidade, mesmo quando não são culpados. Os homens de Jesus devem ocupar-se em redimir as coisas que foram corrompidas e manchadas pelo pecado.

Segundo, por ser Deus uma Trindade, os homens precisam de uma parceira que seja diferente deles, mas também igual, para que possam comunicar a imagem e semelhança de Deus.

Terceiro, os homens precisam tão completamente de esposas que, embora o pecado ainda não tivesse entrado no mundo (e o mundo fosse tecnicamente perfeito), essa condição permaneceria incompleta, e consequentemente "não boa", até a criação de Eva.

Quarto, os homens, permanecendo sós, simplesmente não podem ser frutíferos, multiplicar-se, honrar a Deus e ter a intimidade Trinitariana para cujo desfrute foram criados, então, por isso, Deus fez as mulheres para ajudar os homens. De forma semelhante, em 1 Coríntios 11.8-9, Paulo diz: "Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem."

De forma clara, Deus criou as mulheres como auxiliadoras, o que explica por que não é raro encontrar mulheres buscando carreiras e ministérios que permitam que elas ajudem outras pessoas; essa é a razão pela qual foram criadas, e é algo no qual encontram grande satisfação. Embora algumas mulheres modernas se mostrem indignadas com o pensamento de terem sido criadas como auxiliadoras, elas não o deveriam, porque estarão na boa companhia de Deus, que é frequentemente mencionado como nosso auxiliador. (Salmos 10.14; 118.7; Rm 8.26; Hb 13.6).

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Plínio e a historicidade de Cristo

Por Marcelo Berti

Gaio Cecílio era filho de Lúcio Cecílio Cilo e nasceu em Novum Comum por volta do ano 61 dC. Sua mãe, Plínia Marcella era irmã de escritor e famoso enciclopedista Plínio, o Velho, a quem e Gaio a tal ponto admirava que sobre ele escreveu no livro conhecido como Naturalis Historia. Como seu pai morreu quando era jovem, Gaio possivelmente tenha vivido boa parte de sua infância e juventude com sua mãe.

A princípio fora educado em casa, mas posteriormente foi a Roma onde dedicou-se à retorica. Nesse período, aproximou-se de seu tio Plínio, que veio a falecer em função da erupção do vulcão Vesúvio. Com isso, descobriu que seu tio havia deixado suas posses com ele e que teria sido adotado pelo mesmo, o que fez com que mudasse seu nome para Gaio Plínio Cecílio Segundo, nome que deu origem à referência histórica que normalmente se atribui a ele: Plínio o Jovem.

Plínio é reconhecido como governador da Bitínia, na Ásia Menor (112 dC) no período do Imperador Trajano, embora tenha sido senador e proeminente advogado em Roma (VOORST, Robert E. Jesus outside the New Testament: An introduction to the ancient evidence. Eedermnans, 2000, pp.23). Sua fama foi assegurada por sua relação com o Imperador Trajano, a quem escreveu diversas cartas, das quais muitas sobrevivem até os dias de hoje. Sua escrita, muito precisa e elogiável, fez com que, segundo Voorst, Plínio carregasse a fama de ter inventado o estilo literário da carta. Habermas, por sua vez, cita F.F. Bruce o apresenta como “o maior escritor de cartas do mundo” e que suas cartas “ganharam o status de literatura clássica” (HABERMAS, Gary, Historical Jesus, College Press, 1996; pp.198).

Dos dez livros de cartas que se conhecem de Plínio, é apenas no décimo livro, mais precisamente na carta 96 é que encontramos algo sobre o cristianismo primitivo e Cristo. Como supõe-se que essas cartas tenha sido organizadas cronologicamente, essa declaração é normalmente definida por volta de 112 dC.

Nessa carta ele fala sobre o rápido crescimento do Cristianismo na província da Bitínia, seja nas regiões urbanas ou rurais. Ele descreve a situação com templos romanos (pagãos) abandonados de tal forma que o “negócio daqueles que vendiam forragens para os animais sacrificiais fora afetado” (BARNETT, Paul, Finding the historical Jesus, Eedermans, 2009, pp.60). Ele também afirma ter interrogado aqueles que haviam sido acusado de serem cristãos e sentenciados a morte por isso, para verificar se insistiam em sua afirmação de serem de fato cristãos, como ele mesmo afirma, observe:

“Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram deferidos como cristãos: perguntei a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram mandei executá-los pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura, pus no rol dos que devem ser enviados a Roma” – (BOYLE, John Cork, ORRERY, The letters of Pliny the Younger: with observations on each letter, VOL.2, pp.426)

Plínio também fala de pessoas que haviam sido acusadas de serem cristãs, mas que assumiam que na verdade não eram, e a prova era adorar a imagem do Imperador bem como os deuses imperiais. Também exigia que esses acusados amaldiçoassem a Cristo, coisa que um cristão genuíno não seria capaz de fazer. Sobre esses “supostos” cristãos, Plínio atesta:

“Todos estes adoraram a tua imagem e as estátuas dos deuses e amaldiçoaram a Cristo, porém, afirmaram que a culpa deles, ou o erro, não passava do costume de se reunirem num dia fixo, antes do nascer do sol, para cantar um hino a Cristo como a um deus; de obrigarem-se, por juramento, a não cometer crimes, roubos, latrocínios e adultérios, a não faltar com a palavra dada e não negar um depósito exigido na justiça. Findos estes ritos, tinham o costume de se separarem e de se reunirem novamente para uma refeição comum e inocente, sendo que tinham renunciado à esta prática após a publicação de um edito teu onde, segundo as tuas ordens, se proibiam as associações secretas” (BOYLE, John Cork, ORRERY, The letters of Pliny the Younger: with observations on each letter, VOL.2, pp.427)

Plínio também fala sobre sobre duas escravas que eram consideradas “ministras”, nas quais não encontrou “nada além de uma superstição irracional e sem medida”. E em função disso suspendeu o inquérito pois precisava de um parecer específico de Trajano, como ele mesmo confessa:

“O assunto parece-me merecer a tua opinião, principalmente por causa do grande número de acusados. Há uma multidão de todas as idades, de todas as condições e dos dois sexos, que estão ou estarão em perigo, não apenas nas cidades mas também nas aldeias e campos onde se espalha o contágio dessa superstição; contudo, creio ser possível contê-la e exterminá-la” (BOYLE, John Cork, ORRERY, The letters of Pliny the Younger: with observations on each letter, VOL.2, pp.427-8)

Nas colocações de Plínio sobre o cristianismo primitivo em termos muito parecidos com os encontrados nos escritos de Tácito e Suetônio: para ele o cristianismo também era uma “superstição” “contagiante” que tinha condições de corromper o proceder romano. A autenticidade das cartas de Plínio não são contestadas, e portanto nelas encontramos mais um relato histórico sobre a historicidade de Cristo, e sobre ela Habermas conclui:

“(1) Cristo era adorado como Deus pelos antigos cristãos; (2) Plínio se refere posteriormente em sua cara que os ensinos de Cristo e seus seguidores eram excessivamente supersticiosos e contagiosos, como termo reminiscência de ambos, Tácito e Suetônio; (3) Os ensinos éticos de Cristo eram refletidos nos juramentos dos cristãos jamais seriam culpados pelos pecados mencionados nessa carta; (4) Provavelmente encontramos uma referência a instituição de Cristo da comunhão cristã celebrada na festa do amor, nas declarações de Plínio sobre a reunião deles para compartilhar comida. A referência aqui alude a acusação por parte dos não cristãos que os cristãos eram suspeitos de um ritual assassino e beber o sangue durante esses encontros, o que confirma nosso ponto de vista que a comunhão é o assunto a que Plínio se refere; (5) Há também uma possível referência ao Domingo na declaração de Plínio que os cristãos se encontravam em um dia específico” (HABERMAS, Gary, Historical Jesus, College Press, 1996; pp.199-200)

Fonte: Teologando

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O que é o Evangelho?

Por Charles Ryrie

Considere essa história: dois alunos, um sempre com nota 10 e outro sempre com exames finais e recuperações para ser aprovado. O primeiro nunca tirou uma nota que não fosse 10 em toda sua vida escolar, enquanto o segundo sempre teve dificuldades em ser aprovado, desde o primeiro ano do ensino fundamental. Certo semestre ambos estavam, durante a universidade, na mesma classe. Os dois estavam com dificuldades: o aluno nota 10 tinha chance de não tirar 10, enquanto o aluno que sempre teve dificuldades na escola talvez não fosse aprovado naquela matéria.

O semestre termina e ambos estão ansiosos para ver suas notas. Agora, suponha que o professor chegue ao aluno nota 10 e diga: “eu tenho boas novas para você. Você passou.” Para o aluno nota 10 aquela não era uma genuína boa notícia, pois a única boa notícia que ele queria ter é saber que tirou 10. No entanto, ao outro aluno, a notícia que ele passou era definitivamente muito boa. Tanto “você recebeu 10” quanto “você passou” são boas notícias [evangelho], mas com conteúdos diferentes.

Evangelho, uma palavra transliterada do grego, significa em português, boas novas. Mas boas novas sobre o quê? A boa notícia deve ser definida para responder esta pergunta. Até mesmo o Novo Testamento usa a palavra “evangelho” para diferentes propósitos. Precisamos, então, saber de fato que boa notícia é essa.

Por exemplo, em 1Tessalonicences 3.6, Paulo escreveu que Timóteo trouxe boas notícias, literalmente o evangelho, que dizia a respeito da fé e do amor que os novos convertidos tinham. Este evangelho não é sobre a salvação eterna. Este evangelho era sobre a condição espiritual dos de Tessalônica.

Paulo fala também sobre o falso evangelho dos judaizantes na Galácia (Gl 1.6). O evangelho deles, ou seja, a boa nova, incluía o requerimento de ser circuncidado para a salvação. Este não era o evangelho da graça, que claramente nos ensina que obras não fazem parte do processo de conversão.

Mais um exemplo, em Gálatas 3.8 diz: Prevendo a Escritura que Deus justificaria os gentios pela fé, anunciou primeiro as boas novas a Abraão: “por meio de você todas as nações serão abençoadas.” Em outras palavras, as boas novas são a notícia que os gentios seriam abençoados por Deus através de Abraão e, mais uma vez, não a boa nova da solução divina contra o problema do pecado.

Boas novas nos Evangelhos
No Evangelho de Mateus, a palavra evangelho aparece 4 vezes. Com exceção de uma vez, todas elas são associadas ao Reino (em Mt 26.13). Esta era a mensagem de João Batista (Mt 3.1-2), de nosso Senhor (Mt 4.17) e dos doze discípulos quando eles foram pela primeira vez enviados por Jesus (Mt 10.5-7).

Qual a boa nova do Reino? A resposta correta está no significado de Reino e esperança que o povo judeu tinha no tempo da primeira vinda de Cristo. De fato, a esperança deles estava no cumprimento da promessa sobre o Messias e Seu Reino na terra, um Reino que exaltaria o povo judeu e os libertaria do domínio de Roma sobre o qual eles viviam.

Mas o domínio do céu não veio na primeira vinda de Jesus, porque o povo recusou-se em arrepender-se e satisfazer as condições espirituais para o Reino. A maioria apenas queria o benefício político sem satisfazer nenhum requerimento pessoal para mudança de vida. Assim o Reino não veio porque o povo não queria se preparar apropriadamente para isso. Isso não significa que, por causa disso, nunca haverá um Reino davídico, um tempo milenar. O Senhor ensinou que ele não surgiria imediatamente (Lc 19.11), e que Evangelho do Reino seria pregado novamente no futuro durante o período da grande tribulação (Mt 24.14). Neste tempo vindouro e perverso, Satanás e as forças do mau terão quase total liberdade para reinar, será uma bela boa notícia saber que em breve o Messias governará na terra.

Todas as referências de Mateus ao evangelho relacionam-se ao Reino, exceto por uma, Mateus 26.13. Nesta passagem o Senhor disse que sempre quando a mensagem de sua morte fosse pregada, a boa obra do derramar do perfume de Maria Madalena em sinal da antecipação da morte de Jesus seria conhecida.

O uso de Marcos sobre o termo evangelho uniformemente enfatiza a pessoa de Cristo (Mc 1.1, 14-15; 8.35; 10.29; 13.10; 14.9; 16:15). Nosso Senhor é o tema central da boa nova. Lucas também usa palavra evangelho para destacar a centralidade de Cristo nas boas novas (Lc 2.10), bem como no anúncio do reino (Lc 4.43). João não usa a palavra evangelho nenhuma vez, mas obviamente que os mais importantes ensinos sobre o novo nascimento são descritas por ele.

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