domingo, 24 de outubro de 2010

O casamento de Oséias

Por Carlos Osvaldo C. Pinto

Uma compreensão correta da mensagem de Oséias exige uma definição clara da natureza de seu casamento com Gomer. Em virtude do caráter ilustrativo do nome dos filhos, alguns afirmam que o casamento de Oséias foi mera alegoria, uma história engenhosamente arquitetada para ilustrar o amor de Deus. Os defensores dessa posição tendem a considerar o capítulo 3 como um relato paralelo ao capítulo 1 (cf. B. S. Childs, Introduction to the Old Testament as Scripture, p.378).

Essa abordagem desrespeita a própria mensagem do livro, que exige restauração após julgamento pelo pecado. Além disso, nenhum significado correspondente é enconrado para o nome “Gomer,” nenhum propósito é encontrado para o desmame das crianças, e nenhuma para a ordem dos nascimentos.


A objeção clássica é de que Deus nunca ordenaria que Seu profeta se casasse com uma prostituta. No entanto, essa objeção é insustentável, pois Gomer nunca é assim denominada. A expressão “mulher adúltera” (1.2 NVI) não indica prostituição, nem sugere prostituição cultural, sendo antes uma indicação da natureza de Gomer e do potencial para adultério, já que ela fora exposta ao culto idólatra de Israel (cf. a acusação de Oséias sobre tais práticas 4.14).

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