terça-feira, 20 de agosto de 2013

Mulheres no Ministério

Por Mark Driscoll
Extraído do Livro "Sobre a Liderança da Igreja" - Capítulo 03
Editora Tempo de Colheita

Este capítulo deveria incluir um pavio, porque está conectado a um barril de pólvora de discussões teológicas polêmicas. Pessoalmente, tenho descoberto que esse assunto é o mais decisivo no meu ministério. Parece que quase todo fragmento de mídia feito sobre mim, por exemplo, inclui minha posição sobre as mulheres no ministério. Isso acontece porque o assunto de gênero, em geral, e da mulher, em particular, é uma linha divisória que separa vários grupos. Como você se posiciona com relação ao assunto de mulheres no ministério é de muitas formas um reflexo de como você entende as Escrituras, Deus, gênero, casamento e ministério. Num esforço de ser meticuloso, vou me referir a situações dos papéis de homens e mulheres no lar, já que a família é a primeira unidade governante a partir da qual os governos da igreja e do estado são formados.

De Adão a Jesus

Não surpreendentemente, nosso estudo sobre o papel da mulher no ministério deve começar no Gênesis, o livro dos começos, porque lá Deus criou os papéis masculino e feminino através de nossos primeiros pais, Adão e Eva. Subsequentemente, aqueles aspectos da nossa humanidade que estão enraizados na criação estão ligados a todas as pessoas de todas as culturas e não são meramente expressões da cultura. Este fato é importante para nosso estudo sobre os papéis dos sexos, porque por todo o Novo Testamento, tanto Jesus (Mateus 19.5 e Marcos 10.7-8.) quanto Paulo (Por exemplo, Efésios 5.31, I Timóteo 2.14, e 1 Co 11.7-9. 3 I Pe 3.1-7.) frequentemente se referiam ao registro da criação no Gênesis para esclarecer confusões que tinham sido levantadas nos seus dias com respeito aos papéis dos homens e das mulheres.

Pedro também se refere ao Gênesis para endireitar (ou colocar nos eixos) a confusão que tinha sido levantada sobre os papéis masculinos e femininos no casamento (1Pedro 3.1-7) Nós, da mesma forma, vamos começar nos capítulos iniciais do Gênesis e seguir os seus exemplos de começo onde a Bíblia começa.

Em Gênesis 1.27-28 e 31, descobrimos que Deus criou tudo que existe. Ele nos criou homens e mulheres como a joia suprema de sua criação-não simplesmente com a vontade de sua Palavra, mas também com o trabalho amoroso de suas mãos. Essa simples distinção é vital para nosso entendimento da natureza humana, porque questiona as noções populares sociais e psicológicas de que não existe diferença inata entre homens e mulheres (exceto biológicas) e que as tendências de gênero estão amplamente condicionadas socialmente. Deus intencionalmente nos criou homem e mulher, o que quer dizer que homens e mulheres são de muitas formas bem diferentes-um fato que pais que têm um filho e uma filha observam logo de cara quando sua filha segura sua boneca, enquanto seu irmão tenta arremessar nela seu cachorro-quente.

Ao ouvir que homens e mulheres são diferentes, os ouvidos modernos sintonizados por uma cultura de equalidade (que significa "igual" ou "uniforme") têm a tendência a aceitar que homens e mulheres não são iguais, o que não é verdade. A Bíblia ensina que homens e mulheres foram criados à imagem e semelhança de Deus, o que quer dizer que homens e mulheres são iguais em virtude da criação. Eles não precisam ser idênticos para provar sua igualdade da mesma forma que a mão direita e a esquerda são diferentes, mas igualmente necessárias.

A imagem e semelhança de Deus explica por que os seres humanos têm domínio sobre a criação inferior, emoções bem definidas, criatividade artística, intelecto e um espírito que viverá para sempre. Deus criou homens e mulheres como os portadores de sua imagem sobre a terra. Subsequentemente, uma vez que fomos criados homens e mulheres, fica claro que a imagem e semelhança de Deus são melhor comunicadas por homens e mulheres que trabalham juntos em parceria, assim como a Trindade, na qual Deus, o Pai, Deus, o Filho, e Deus, o Espírito, são igualmente Deus com distinções, submissão e unidade.

Deus fez homens e mulheres com tarefas a cumprir, incluindo ter filhos e criá-los para que sejam frutíferos sobre a terra, dominem sobre a criação e criem uma cultura que honre ao Senhor. Depois de criar o homem e a mulher a sua imagem e semelhança e delegar-lhes suas responsabilidades, Deus disse que tudo isso era "muito bom". Gênesis 2 revisita o registro da criação com detalhes adicionais sobre o início da história da humanidade. Lemos em Gênesis 2.18: "Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea". Lá descobrimos que, embora tudo em Gênesis 1 tivesse sido declarado "bom" ou "muito bom", havia uma coisa que "não era boa" -que Adão estivesse só. Esse simples fato transmite em si uma série de importantes lições.

Primeiro, Adão foi criado em primeiro lugar, como cabeça de toda a criação, e encarregado da responsabilidade principal da criação que Deus lhe havia confiado para administrar. Da mesma forma, no Novo Testamento, somos repetidamente ensinados que homens devem agir como "cabeças" que assumem o controle da responsabilidade sobre seus domínios farmiliares, (Ef 5.23.) da mesma forma que Jesus é nossa Cabeça suprema, que na cruz assumiu o controle da responsabilidade pelo nosso pecado, do qual não era culpado. (Cl1.18; 2.10,19; Ef 1.10, 22; 4.15; 5.23.). No exemplo de Jesus, descobrimos que, quando ele criou os homens para serem cabeças, estava colocando sobre eles a responsabilidade principal de liderança e serviço para assegurar que tudo que Deus havia confiado para sua supervisão (por exemplo: esposas e filhos) fosse amado e protegido. Para cumprir essa grande honra, homens precisam aprender a ser como Jesus e assumir a responsabilidade, mesmo quando não são culpados. Os homens de Jesus devem ocupar-se em redimir as coisas que foram corrompidas e manchadas pelo pecado.

Segundo, por ser Deus uma Trindade, os homens precisam de uma parceira que seja diferente deles, mas também igual, para que possam comunicar a imagem e semelhança de Deus.

Terceiro, os homens precisam tão completamente de esposas que, embora o pecado ainda não tivesse entrado no mundo (e o mundo fosse tecnicamente perfeito), essa condição permaneceria incompleta, e consequentemente "não boa", até a criação de Eva.

Quarto, os homens, permanecendo sós, simplesmente não podem ser frutíferos, multiplicar-se, honrar a Deus e ter a intimidade Trinitariana para cujo desfrute foram criados, então, por isso, Deus fez as mulheres para ajudar os homens. De forma semelhante, em 1 Coríntios 11.8-9, Paulo diz: "Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem."

De forma clara, Deus criou as mulheres como auxiliadoras, o que explica por que não é raro encontrar mulheres buscando carreiras e ministérios que permitam que elas ajudem outras pessoas; essa é a razão pela qual foram criadas, e é algo no qual encontram grande satisfação. Embora algumas mulheres modernas se mostrem indignadas com o pensamento de terem sido criadas como auxiliadoras, elas não o deveriam, porque estarão na boa companhia de Deus, que é frequentemente mencionado como nosso auxiliador. (Salmos 10.14; 118.7; Rm 8.26; Hb 13.6).

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